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O TDAH enquanto transtorno do neurodesenvolvimento.

  • Foto do escritor: Debora Fernandes
    Debora Fernandes
  • 17 de jun.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 24 de jun.

Atualmente, já se tem bastante clareza sobre o TDAH ser um transtorno do neurodesenvolvimento, cujas características podem se manter ao longo da vida. Mas, qual a implicação de um transtorno do neurodesenvolvimento? Basicamente, isso quer dizer que as características do transtorno se manifestam no período do desenvolvimento. Pode-se dizer que, na maioria dos casos, a pessoa já nasce com um funcionamento cerebral diferente do de outras pessoas. Esse aspecto é discutido em outro texto do blog (Sou eu ou é meu TDAH?)

Dessa forma, em muitos casos, os sintomas já podem ser percebidos desde a infância. É muito comum que se identifique o TDAH na infância se houver alguma implicação para a aprendizagem da criança, chamando a atenção de professores e pais. Também é bastante usual que a criança seja encaminhada para avaliação quando há problemas de comportamento na escola ou em casa.

O desenvolvimento cerebral da criança com TDAH parece seguir o mesmo curso de uma criança sem TDAH, mas de forma mais lenta, com uns anos de atraso no desenvolvimento, principalmente, do funcionamento executivo. Assim, entende-se que as crianças atingirão os mesmos marcos do desenvolvimento, mas em tempos diferentes.

Por se tratar de uma questão de desenvolvimento cerebral, as intervenções são de extrema importância para que a criança aprenda estratégias para lidar com os obstáculos diários e para que haja a estimulação cognitiva adequada para facilitar e incentivar a neuroplasticidade. 

Além disso, ao se considerar o TDAH como um transtorno do neurodesenvolvimento, entende-se que as características podem permanecer na vida adulta. Atualmente, está ficando cada vez mais claro que mais pessoas do que se pensava mantém as características ao longo da vida, mas de forma diferente do que na infância, ou seja, os sintomas se modificam ao longo da vida e alguns podem realmente remitir. A grande dificuldade em lidar com a modificação dos sintomas na vida adulta é que os critérios diagnósticos do DSM -V são diagnósticos focados na infância e pouco se explora em relação aos possíveis sintomas dos adultos. Por isso, muitos adultos quando avaliados exclusivamente com base nos critérios de TDAH não recebem o diagnóstico. Isso ocorre, porque os critérios não são adequados para adultos e não pela ausência do transtorno. 

Por isso, é fundamental que o profissional compreenda as manifestações do transtorno na vida adulta, com foco no relato, história de vida e queixa do paciente, assim como nas funções executivas. Se o profissional restringir sua avaliação aos critérios da infância do DSM – V, ele deixará de identificar muitos adultos com o transtorno.

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